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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Um ano de aprendizado, por um de realizações!



É engraçado estar aqui, hoje, escrevendo isso... não porque parei de escrever, nem nada parecido, e sim, porque em um ano atrás eu estava fazendo a mesma coisa, já sabendo, e tendo certeza de como seria meu 2012, e devo dizer, eu nunca estive tão errada em toda minha vida.

O ano que tá indo embora agora, foi cheio de surpresas, emoções, realizações, tudo foi vivido intensamente por minha parte. Realizei o meu sonho desde de criança, voltar morar em São Paulo, que para mim, e pra todos os efeitos era tudo de melhor que podia existir nessa vida. Fui, de cabeça erguida, mente sã, alma limpa, acreditando fielmente que tudo que estava por vir, seria uma nova vida..E foi. Conheci pessoas incriveis, que devo dizer, somaram muito na minha vida. Me apaixonei por cada uma das minhas amigas, que por mais engraçado que fosse, tinham os mesmos sonhos que eu. Estive ao lado de uma das pessoas mais importantes da minha vida durante dias e noites, tendo a felicidade de chegar em casa após um dia cheio da faculdade, e encontrar minha vózinha linda, me esperando com algo gostoso para comer, e um colo para chorar.

Foi maravilhoso tudo isso, mas como tudo tem um lado bom, também existe o lado ruim. O cansaço, a saudade, a falta de vontade de continuar, a falta.. ô palavrinha que mudou minha vida.. a falta dos meus pais comigo a todo instante, dos meus amigos de SJ, que sempre me apoiavam e me davam motivos pra rir, a falta da vida animada, da curtiçao constante, a falta dele, deles.. essa falta toda acabou levando minha vida para um lado, que eu mesma não conhecia, uma tristeza sem tamanho. Que levou por fim, a minha volta a cidade.

Com cabeça baixa, e achando que o sonho tinha acabado ali, voltei, sem nada, sem dignidade, sem a faculdade, sem esperança. Mas Deus faz tudo por um motivo. Graças a esse retorno, que eu conheci as pessoas que hoje, fazem minha vida, e meus dias mais felizes. Conheci duas das minhas melhores amigas, que meu deus, não tenho ideia do que seria minha vida sem elas .. essas duas que me completam, que tem um cadin de mim, e eu tenho um cadin delas .. Máyra e Denise. Minhas paixõezinhas agora eternas. A gatinha cor de rosa choque, e a morena mais 22k que essa cidade conhece. Minhas alegrias, meus dramas, risadas, choros, porres, castigos ... tudo, elas estiveram presentes desde da minha volta. E jamais me largaram. Agradeço a Deus por tê-las. Junto com esses dois presentinhos de Deus, tive outros .. novas amizades, novas curtições, novas aventuras que me fizeram crescer de uma forma que jamais imaginei. Agradeço a Deus, também, por me mostrar que verdadeiros amigos, nunca, jamais deixarão de estar comigo. Que tenho duas irmãs, que não são de sangue, mas de alma, coração e vida. Amanda Dinalli e Carollina Peligrinelli, são mais do que amigas, são muito mais que minhas, são parte do que sou, e hoje eu dou um valor gigante à essas duas pessoinhas, parte da minha alma, metade do meu coração, que fazem meus dias cada vez melhores. Outra coisa que esse ano me mostrou no quesito amizades, é que a distância é sim uma droga, mas que o que é pra ser pra sempre, essa distância não muda. Que por mais que nossas vidas hoje sejam diferentes, eu tenho uma bruxinha da guarda, que também passou por poucas e boas esse ano, e assim como eu, está hoje de cabeça erguida, e pronta pra próxima. Essa bruxinha com nome de Raíssa Torga, vai ter um 2013 maravilhoso, e sei que daqui um ano, nós duas vamos estar realizadas da forma que sempre quisermos. Da maneira que queremos.Desapegadas e felizes!

Ter passado, tudo que passei morando em SP, me fez crescer, amadurecer, e dar um valor imensuravel ao que eu tenho.

Não poderia, jamais deixar de falar dos amores, amores que ja foram, amores que voltaram, amores que cresceram e que acabaram.  Nesse ano, me despedi de vários, uns que acreditei ser eternos, e outros, que hoje, ainda rendem, mas não são mais eternos, talvez, nem seja mais amor.. Conheci alguém, que deu uma reviravolta na minha vida, e por mais que ele fique longe dela agora, eu vou ser sempre grata por ter me feito tomar uma decisão que vai ser eterna, algo que em 2013 eu vou correr atrás de realizar, e devo agradecer por acreditar em mim, por ter certeza que um dia eu vou conseguir. Sim, eu vou, e será justamente, graças a você.

2012 foi um ano de crescimento, de desapego, de amadurecimento para mim. Eu hoje, vejo como esse ano, foi essencial na minha vida. Que tudo que eu passei nele, vai render frutos pra coisas eternas, e boas.
Deixo aqui então, meus sinceros agradecimentos e pesares por tudo que aconteceu nesse ano, e por tudo que nele ficará. Mas tenho uma alegria enorme em saber que muito eu levarei para 2013, amigos, aprendizados, romances... trarei comigo para o próximo ano, não que eu tenha fé nessa tal eternidade das coisas, mas acho que o que foi bom, deve ser mantido, levado, conservado.

Um Feliz Ano Novo para todos. Que 2013, seja repleto de paz, esperança, saúde e realizações na vida de cada um. Que todos os corações fiquem quentinhos e calmos nesse novo ano que está chegando.. Muita e muitas felicidades, e muita fé .. pois é clichê sim, mas a fé, move sim, montanhas!

Um beijo enorme em cada pessoinha que leu isso aqui!
X.o.X.o

segunda-feira, 18 de junho de 2012

É voce tem que ir ..



Garoto, voce tem que ir. Não é nada pessoal. Bem, na verdade é. Mas é comigo. Não há nada de errado em você. Mas eu não costumo passar uma noite inteira com alguém. Tenho insônia diante da cama dividida. Por favor, me entenda. Você transa maravilhosamente. Sei que estamos nessa há umas três semanas e eu até agora não respondi romanticamente nenhum dos seus SMS. Mas eu não quero me envolver além do corpo, sabe?


Não é pra dormirmos de conchinha. Não quero dividir casquinhas de sorvete, presentes comuns ou travesseiros. Não é para eu conhecer sua mãe e ouvi-la dizer todas as coisas que você gosta e ser suas fotos de infância na qual você dançava quadrilha de chápeu e bigode pintado. Não quero conhecer o seu pai, e vê-lo te olhar com cara de aprovação pelo "belo trabalho". Não quero que você conheça minha família, também. Eles te pertubarão com mil perguntas que tenho certeza que não está disposto a respondê-las. Então, pegue tuas coisas na sala, e durma em sua casa, por favor. 


Qualquer dia eu te ligo, e a gente se vê para fazer alguma coisa carnal. 


Nada de cinemas, teatros, passeios no shopping ou coisas assim. Andar de mãos dadas me sufoca como apertar diretamente a minha jugular. Relacionamentos acabam cada vez mais cedo. E o que restará para mim é um coração machucado e tuas camisas em meu armário. Não quero, sabe? Não quero ter que saber se você está me traindo ou não. Se seus amigos gostam de mim ou não. Não quero ter uma música romântica que cisma em tocar em qualquer lugar e eu me alegre por lembrar de você. Não quero encontrar fios do teu cabelo em meu travesseiro e sorrir como uma boba. Não quero encontros no meio do dia que me deixarão com seu perfume impregnado em mim durante o dia todo. Não quero beijos naquele museu interessante porque eu quero poder ir la sozinha e não lembrar de você. Não quero sentir saudades de quando você se atrasar para chegar na minha casa. 


Não quero andar no teu carro, e ver voce colocar a mão na minha coxa esquerda enquanto dirige e isso me parecer o cinto de segurança mais perfeito do mundo. Não quero chorar quando for se cansar de mim e ir embora. Não quero canecas, nem chás. Não quero que você venha cuidar de mim quando estou gripada. Nem venha com milhões de piadas e me fazer brilhar os olhos quando eu estiver menstruada.. Não quero fotos, cartões, chocolates. Nada disso. Nosso mundo é este colchão aqui e só. Portas abertas e corações fechados.


Segue teus dias, que sigo os meus. A gente se vê. Ou não.

quarta-feira, 30 de maio de 2012


Então, não perca seu tempo comigo. Eu não sou um corpo que você achou na noite. Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer. Eu não preciso do seu dinheiro. Muito menos do seu carro. Mas, talvez, eu precise dos seus braços fortes. Das suas mãos quentes. Do seu colo pra eu me deitar. Do seu conselho quando meu lado menina não souber o que fazer do meu futuro. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo.
Caio Fernando Abreu.

domingo, 27 de maio de 2012

A Mulher de sua vida..


Eu tenho uma notícia não muito boa pra te dar. Meu amigo, você foi um grandíssimo filho da puta com ela, pelo o que parece. Não sei muito bem da história, mas sei dela. Sei que ela se escondeu de todo mundo por uns dias e chorou tanto que o rosto ficou inchado e os irmãos mais novos tinham medo de que ela morresse de alguma doença que transforma os outros em zumbis. E ainda tem o fato de que ela nunca soube lidar direito com rejeições amorosas. Ah, a menina é linda e mimada, você esperava o que? Ela é bem do tipinho que esnoba, esnoba e esnoba mais um pouco. Até que aparece um imbecil qualquer e se desinteressa por ela. Esse ponto da história é importante, veja bem: você se desinteressou por ela. Não houve interesse imediato e muito menos falta de interesse. Foi aquela coisa de olhar e pensar “bonitinha, arrumadinha, todo mundo quer, mas e daí”? Mal sabe você como essas gurias têm um faro aguçado para o desinteresse nos dias de hoje, meu amigo. E daí você cruzou a história dela.


Não sei muito bem o que ela pensou na hora. O relato não diz muito sobre isso. Mas eu sei que ela viu alguma coisa em você que lembrava um pouco dos babacas por quem ela já se apaixonou. Meu amigo, você não sabia nada sobre ela, não é mesmo? Aquela guria devia estar na faculdade ainda enquanto você já tocava violão, guitarra e baixo e ouvia um pouco de folk britânico nos finais de semana. Ela devia se preocupar em estudar para alguma prova enquanto você já pensava em como ganhar a vida e pagar o aluguel do seu apartamento. Pode falar a verdade aqui: aquele papinho de que ela era a mulher perfeita pra você era só porque ela te tirava do tédio, não era? Bom, foi o que ela disse. Mas ela limpou o rosto depois do episódio com os irmãos e a coisa toda de zumbis. E olha, parece que até viajou pela Europa pra aproveitar o clichê todo que foi ter que te esquecer.

Cá entre nós: o que você fez pra ela? Ah, sim, seu crime inafiançável foi a insensibilidade. Teu problema foi querer e querer e querer e nunca estar satisfeito com nada. Cruel, hein rapaz. Isso não se faz com mulher nenhuma. E você foi tão idiota em não perceber que foi uma baita sorte encontrar com ela por aí e ela ainda te notar. Agora ela já voltou e disse que não precisa mais de você. E você não deixou nenhuma marca, cicatriz ou sequela. Ela me disse que vai achar um cara legal que queira alguma coisa. Esperança bonita a dessa garota, hein.

E ela não era do tipo pra se conformar, meu amigo. Era do tipo que rendia uma história, dois livros e muitas noites bem vividas. Babaca! Opa, usei a exclamação sem querer. Veja só, ela anda melhor que antes. De infantil a mulher crescida. Nada que uma decepçãozinha não faça. Os pais se espantaram quando a menina mimada decidiu se formar logo e bancou o próprio apartamento. Não se fez de difícil pra vida, não. Levantou, sacudiu a poeira e pegou a liberdade dela. E tem encontrado caras legais e histórias fantásticas por aí. Bem, isso é o que diz essa carta que eu encontrei dentro de um livro na biblioteca. Não conheço a menina, mas pelo o que ela me diz aqui, ela está bem melhor agora. E quem perdeu foi você, meu amigo. Você acaba de descobrir que perdeu a mulher da sua vida.


quinta-feira, 24 de maio de 2012

E mais uma vez, eu ..


E mais uma vez, eu abri uma página sua de uma rede social e fiquei olhando sua foto. Como eu já sorri olhando praquilo, você não tem idéia. Mas das ultimas vezes, infelizmente não era sorrindo que eu olhava, era com desanimo, com saudade e mágoa misturadas. Porque você tinha que morrer? Porque você tinha que matar tudo que eu sentia? Me obrigar a morrer também. Me obrigar a fingir estar viva pra todo mundo. Me obrigar a não chorar, quando tive vontade de chorar. Vontade de te esmurrar, te dizer que você é um idiota, um babaca, um cretino, um fraco, nunca passou disso. Nunca uma piada sua foi engraçada, nunca você me surpreendeu. Nunca. Mas eu não consigo deixar de pensar em você, a cada dia, a cada ato meu. E quando eu procuro outras pessoas, eu procuro imaginando você me vendo. E tendo ódio de mim. Porque eu quero que sinta ódio. Porque ódio significa alguma coisa, e é melhor que indiferença. Você que já foi tudo, já foi minha esperança, foi meu futuro imaginado, hoje não é nada. Não passa de uma foto numa rede social. Se eu vivo bem sem você, porque eu continuo te olhando? Porque eu sempre volto aqui? Porque eu ouço musicas que falam de tristeza? Por quê? Você não vale isso. Mas eu faço. Eu continuo fazendo. Como uma cerimônia de luto, eu sigo a risca. Mas acontece que você não morreu de verdade, do jeito que eu preferia que morresse. Você está ai vivo, vivendo sua vida, fazendo suas coisas, feliz, tranqüilo, sem sentir minha falta, sem olhar minha foto em rede social. Porque eu não consigo? Porque você não podia ser alguém? Eu esperei muito de você? Não. Eu não esperei nada, eu entendi tudo, eu entendia o que ninguém entenderia. Eu respeitei. Eu fiz como você quis. Tudo. Eu me anulei. Eu deixei de me amar, pra todo meu amor ser só seu. Eu voltei atrás. Eu chorei, eu pedi desculpas, eu agüentei besteiras. Agüentei tudo. Ajuntando do chão, migalhas do seu carinho, migalhas do seu amor. Do seu jeito explosivo e calmo. Um dia me amando como se a terra fosse acabar depois da meia noite. No outro dia um desconhecido me pedindo pra tratá-lo como qualquer um, por favor. Você é meu personagem favorito. O dono de todos os meus textos, de todas as minhas histórias. O dono da curvinha das minhas costas. E eu tenho que dizer isso agora, só pra uma foto numa rede social. Porque você morreu na minha vida. Você pediu demissão, seu cargo era o de presidente, era membro honorário do conselho, tinha tapete vermelho e eu me vestiria até de secretária se te agradasse. E você pediu demissão, sem aviso prévio nem nada. Me diz agora? Como viver bem? Como sobreviver, sem essa ponta de angustia? Eu sou feliz, cara. Eu sou feliz demais. Mas eu sou infeliz demais, quando penso em você. Quando penso no que poderia ser, no que poderia ter sido. Eu sei que não dá. Eu nem quero que dê. Não quero mais. Mas não sei o que fazer com esse nó. Vai passar né? Eu sei. Com o tempo eu não vou mais olhar sua foto, nem sofrer, nem pensar o quanto é infeliz tudo o que aconteceu. Tomara que passe logo. Porque a vontade de te ressuscitar as vezes, me domina.




Tati. B.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

E Nada vai Mudar.



Era só uma brincadeira, não era? Nós ficarmos. Juntos. Digo, sermos qualquer coisa no plural. Mais que abraços demoradamente constrangedores de ate amanhã e beijos , com os olhos querendo se fechar. Eu vi você sorrindo, enquanto eu dançava no frio, querendo logo entrar, você com aquele jeito mentecapto de se mostrar. Eu estava ali animada e nada crível, porque sabia que eu te olhava. Você com uma mão no bolso e outra num copo. Vodka com energético. Clichê, pra você. Você me seca, eu te seco. Durante quanto tempo minha amiga aguentaria a dor que eu causava em sua mão? Você anda, eu largo. Eu não estava bêbeda o suficiente. Definitivamente não. Não era só o seu olhar que me rondava. Havia outros pessoas ali, prestando atenção em mim. Percebendo minhas curvas acentuadas naquele vestido preto de renda. Era fazer graça demais. A gente fica se curtindo de longe, como quem nada quer. Eu rebato seus olhares, como uma insignificante bola de beisebol. Eu queria evitar como eu queria. Eu na minha fantasia boba de garota, o salto nos pés cuidados, a maquiagem carregada escondendo o que se passava por tras dos meus olhos, a pinta no queixo, os peitos, os cabelos, a mini-saia e as risadas barulhentas e rumorosas no meio do exercitozinho "sex-and-the-city", com minhas amigas à blàsse. Burburinhos que se reduzem quando você se aproxima, e eu tento impressionar. Tola, acabo me enganando melhor do que ninguém, e rebato que tenho medo de sofrer. Você gosta de me provocar, também gosta de me deixar paralisada quando suas mãos encostam despretenciosamente na minha cintura. Essas sensações que você me traz, mentem minha idade. Todo aquele ar de garoto bonito, charme de sobra, sorriso contido, se passando pelo mais gato da noite. Tenho medo que a forma como resolvi lidar com você, soe como um reles desespero de alguém que corre atrás. Pra quem só tem um show, uma chance, pensar nisso, é desesperador. A música toca, apesar de tudo, eu me acabo de dançar. Me diverte, eu gosto. Você gosta. Você la de trás do palco, olha sorri, eu finjo que não é comigo, não é pra mim. Eu e meu "bando' já sabemos, você tá afim de mim. O pub, a banda, aquele rapaz la perto , dançando estranho, a barista entregando garrafas de cerveja barata. Todo mundo já sabe tira um pouco, do pouco romantismo que tem no ar. Se já esta tudo bom, como está, então, imagina um pouco mais. Em meios tantas choros entre minhas companheiras, me contive em segurar a onda. Mesmo que eu chorasse, não seria pra você, Deus sabe o que você iria pensar. Prefiro evitar pensamentos aleatórios. Já são pra lá das 4, eu quero ir embora. Em meio de convites recusados, aceito o seu. Me aconchego no banco do seu carro. Ainda ouso ter os pensamentos que evitei durante a noite. Ainda pode ser uma carona simpática. Evito falar e ouvir também. Você troca nossa solidão por 2 cigarros de palha. Pronto. Oficialmente vendida. Leiloada. Ficamos à sós. Eu havia me esquecido o quanto você era bom nisso, em palavras e gestos. Nada vai mudar é o pensamento que mantive enquanto você fazia declarações. Barreira, para evitar qualquer tipo de penetração desse gênero. Eu então, me refiz, de vontades e repeti: " não importa". Arranhei sua pele com as unhas vermelhas e não me importei em manter os lábios coloridos com o batom. Aceitei em te ver de novo, sem esperar nada. Fui embora, sem perfume, sem vergonha na cara e abotoando o sutiã, entre calçadas e no meio da rua.
E nada vai mudar. 

domingo, 29 de abril de 2012

tres regras básicas de sobrevivencia ..




Você precisa ter 14 anos para assistir novela de horário nobre, 16 para doar sangue, 18 para tirar carteira de motorista, 60 para se aposentar. Mas é preciso estipular uma idade para encontrar alguém com quem você queira passar toda a sua vida?

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Desisti.


Desisti. E isso é a coisa mais triste que tenho a dizer. A coisa mais triste que já me aconteceu. Eu simplesmente desisti. Não brigo mais com a vida, não quero entender nada. Vou nos lugares, vejo a opinião de todo mundo, coisas que acho deprê, outras que quero somar, mas as deixo lá. Deixo tudo lá. Não mexo em nada. Não quero. Odeio as frases em inglês mas o tempo todo penso “I don’t care”. Me nego a brigar. Pra quê? Passei uma vida sendo a irritadinha, a que queria tudo do seu jeito. Amor só é amor se for assim. Sotaque tem que ser assim. Comer tem que ser assim. Dirigir, trabalhar, dormir, respirar. E eu seguia brigando. Querendo o mundo do meu jeito. Na minha hora. Querendo consertar a fome do mundo e o restaurante brega. Agora, não quero mais nada. De verdade. Não vejo o que é feio e o que é bonito. Não ligo se a faca tirar uma lasca do meu dedo na hora de cortar a maça. Não ligo pra dor. Pro sangue. Pro desfecho da novela. Se o trânsito parou, não buzino. Se o brinco foi pelo ralo, foda-se. Deixa assim. A vida é assim. Não brigo mais. Não quero arrumar, tentar, me vingar, não quero segunda chance, não quero ganhar, não quero vencer, não quero a última palavra, a explicação, a mudança, a luta, o jeito. Eu quero não sentir. Quero ver a vida em volta, sem sentir nada. Quero ter uma emoção paralítica. Só rir de leve e superficialmente. Do que tiver muita graça. E talvez escorrer uma lágrima para o que for insuportável. Nada pessoal. Algo tipo fantoche, alguém que enfie a mão por dentro de mim, vez ou outra, e me cause um movimento qualquer. Quero não sentir mais porra nenhuma. Só não sou uma suicida em potencial porque ser fria me causa alguma curiosidade. O mundo me viu descabelar, agora vai me ver dormir. Eu quis tanto ser feliz. Tanto. Chegava a ser arrogante. Tanta coisa dentro do peito. Tanta vida. Tanta coisa que só afugenta a tudo e a todos. Ninguém dá conta do saco sem fundo de quem devora o mundo e ainda assim não basta. Ninguém dá conta e quer saber? Nem eu. Chega. Não quero mais ser feliz. Nem triste. Nem nada. Eu quis muito mandar na vida. Agora, nem chego a ser mandada por ela. Eu simplesmente me recuso a repassar a história, seja ela qual for, pela milésima vez. Deixa a vida ser como é. Desde que eu continue dormindo. Ser invisível, meu grande pavor, ganhou finalmente uma grande desimportância. Quase um alivio. I don’t care.
Tati Bernardi 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Um adeus a Sj..



Entre malas, caixas e roupas jogadas na cama e no chão, a tristeza bate na porta, e a saudade resolve pedir pra entrar e ficar. Imaginar essa mudança, sempre me pareceu o sonho mais correto que eu tive. Sempre foi o que eu quis. Me livrar daqui, recomeçar lá. Pequenos sonhos de uma mente infantil. As pessoas sempre falam, "cuidado com o que deseja, seu desejo pode se tornar realidade". Pronto, tapa na cara, virou realidade. E hoje, eu me arrependo amargamente em ter feito esse tipo de desejo. Ou não.
Dizem que o universo tem um grande senso de humor, que as vezes ter os nossos sonhos realizados pode ser como um pesadelo. Porque ter o que você quer sempre vem com amarras. E mesmo quando você pensa que está finalmente em liberdade você nunca se livra de casa.
Eu tenho medo. É , esse foi o primeiro sentimento que me vem a cabeça. Medo. Medo de deixar tudo aqi, medo de deixar meu pais, medo de ficar longe da minha mãe, medo de abandonar meus amigos. medo de largar a cidade onde eu vivi os melhores e piores momentos da minha vida, de deixar pra trás o lugar onde eu cresci. Medo de recomeçar em outro lugar, sem conhecer basicamente ninguem, sem saber onde ir e como ir. Medo de tudo. É engraçado, que depois de tantos anos, só agora eu consigo enxergar quem sao meus amigos, quem realmente me importa e se importa comigo, quem merece ou não minha amizade. Justamente quando eu to indo embora, que eu começo a perceber essas coisas. Destino parece tirar uma com a minha cara, só pode.
Eu vou ter saudade. Eu vou deixar um pedaço meu aqi, meu coração vai continuar em São João. De alguma forma, eu posso estar lá de corpo, mas minha alma sempre vai permanecer aqi. Aqui é minha casa, aqui é onde eu devo estar.
Vai ser tão estranho, nao acordar todo dia , ver meus pais, ligar pra minha mae e falar que eu acordei. Não passar as tardes com meu pai, rindo comigo. A noite, a gente nao sentar junto pra tomar café. Vai ser estranho sim. Estranho, nao andar nas ruas, e todos me cumprimentarem, nao entrar na lanchonete, e a garçonete ja trazer o meu pedido preferido. Estranho nao passar em frente as lojas, e as vendedoras não me chamarem pelo nome. Estranho nao se sentir totalmente em casa. Deus sabe, quantas vezes eu vou chorar, quantas vezes eu vou pedir pra voltar.. mas não poderei fazer nada em relação à isso.
Uma coisa eu posso dizer a todos que me perguntarem. São João, pode nao ser o melhor lugar pra voce crescer profisionalmente , pode ter defeitos milhares , talvez todos saibam o que voce fez nos ultimos 18 anos da sua vida ; mas São João é nossa casa. É pra onde , nós , independente de qualquer coisa, sempre vamos voltar. São João, é de algum jeito, o nosso lugar.